quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Netflix dos livros


Com a intenção de fazer o que o Netflix fez para o filmes e o Spotify para a música, a start-up de San Francisco Scribd, junto com a editora HarperCollins, uma das seis maiores do mundo, lançou, em outubro do ano passado, um serviço de assinatura mensal para streaming de livros. A ideia é ser como um daqueles salões de beleza em que você paga uma quantia mensal e corta o cabelo quantas vezes quiser. A diferença é que, no caso do Scribd, o serviço realmente existe.

Pagando 9 dólares por mês, o assinante tem à disposição no seu computador ou tablet todo o acervo de livros do Scribd. São todos os livros lançados pela HarperCollins - com algumas exceções - e por outras editoras menores. Segundo o CEO da start up, Trip Adler, conversas com as outras editoras integrantes do big six do mundo editorial (HachetteHoltzbrinck/MacmillanPenguin PutnamRandom House e Simon & Schuster) já estão em andamento. O Scribd ainda passou a contar, recentemente, com o acervo da maior distribuidora de e-books auto-publicados do mundo, a Smashwords.

As editoras com livros disponíveis no Scribd receberão dinheiro através de um sistema complexo de contagem de leituras. Isso porque a relação entre a leitura de um livro é diferente do que acontece com músicas e filmes. No serviço, é comum que os usuários leiam apenas trechos dos livros. No caso da Smashwords, por exemplo, os primeiros 10% lidos não renderão lucro ao autor e a editora. Se o leitor chegar a 30%, o autor e a editora ganharão o dinheiro de uma leitura total, que será 60% do valor à la carte do livro. Se a leitura parar entre 15 e 30%, o autor e a editora receberão um browse credit. Dez browse credits equivalerão uma leitura total.

Antes do Scribt, a Amazon já havia anunciado o Kindle Lending, um programa de empréstimo de e-books disponíveis nas livrarias dos estados unidos. Hoje em dia, 73% das livrarias americanas disponibilizam empréstimos de livros digitais. Algumas outras empresas também já haviam investido no modelo tudo-que-você-conseguir-ler de livros infantis. O diferencial do Scribd será o volume de publicações. Segundo Adler, a empresa já tem uma receita de dezenas de milhões de dólares e a tendência é crescer junto com o acervo. A intenção do CEO é que, no futuro, também façam parte do acervo revistas, teses acadêmicas, etc.

Ainda não há previsões de quando o serviço estará disponível no Brasil.

Por João Carlos

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